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Tudo começa...

...com pequenos momentos felizes, e em seguida,
momentos marcantes, para depois tornarem-se
lembranças melancólicas.
Daquelas que causam nostalgias.
Porque as lembranças são fortes o suficiente para decidir
o que o coração quer fazer: sorrir ou chorar.
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O tempo e eu

  Lembranças e saudades me sufocam de repente,
e então o presente torna-se assustador.
  Assustador não seria a palavra certa, talvez,
complicado.
  Isso porque o passado é um poço de lembranças dolorosas,
e o futuro é um campo vasto desconhecido
que me causa insegurança,
como se eu não estivesse pronta para ele.
  E então, o presente me intriga, sem que eu possa aproveitá-lo
completamente.
  Porque às vezes é mais difícil do que eu pensava.
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Só acontece quando estamos apaixonados (esse-dois)

  Eu olhava fixamente para o nada, sendo tomada pela despreocupação em que eu me via naquele ambiente, aquela festa de adulto com mesas que serviam bebidas e tudo mais, e eu ali vendo o tempo passar. Todos estavam sentados em fileira naquela espécie de muro do salão de eventos - que mais parecia degraus na parede -, e por um momento quase me esqueci os meus amigos ali.
  Eu sentia a inquietação de Nicolas ao meu lado, mudava a sua mão de lugar como se tentasse apoiar-se da melhor maneira ali, e também me acomodei para dar espaço a ele. Eu também sentia aqueles olhos dourados em mim, como se tentasse me filmar do melhor ângulo com eles, mas eu não me virei para olhá-lo, eu era covarde demais para aguentar novamente o meu nervosismo assim que eu sustentasse o meu olhar no dele.
  Meu pensamento desligou-se por um instante, assim como de todos os meus amigos ao meu lado, eu estava no extremo oposto com Nicolas, só eu e ele na esquerda, e os outros enfileirados à direita.
  A festa estava no fim, ali estava chato.
  Todos estavam entediados esperando alguma animação, mas a voz do homem que comandava a animação dos mais velhos cantando aquela música incessante e monótona estava ferindo os meus ouvidos.
  E então, de repente, sinto-me eletrizada dos pés a cabeça, como um choque elétrico sutil, e um calor envolvendo a minha mão esquerda que estava apoiada ao lado da minha perna, entre Nicolas e eu. Olho por impulso para ele, e Nicolas expõem um sorriso lindo e encabulado; sua mão estava sobre a minha e então, quase automaticamente, começo a sorrir, enrusbecida. Era a primeira vez que eu sentia a mão dele, que eu sentia a sua pele na minha.
  Quando ele percebe que a sua atitude repentina não me causara mal algum, ele acaricia a minha mão levemente e em seguida a aperta muito forte. Eu não sabia o significado daquilo, era como se ele estivesse verificando se era mesmo verdade que as suas mãos estavam nas minhas.
  Olhei para os lados para ter a certeza de que ninguém estava nos olhando naquela bolha particular, mas todos ainda estavam entorpecidos com a música contagiante da festa. Nicolas ameaçara tirar a mão, e, sem perceber, eu a segurei para que ele não deixasse minha mão sem o seu calor novamente. Era bom.
  E eu sorria à toa, não percebia mais o que havia ao meu redor; sentia algo inexplicável em todo o meu corpo, frio, choque, calor... Sentia o fluxo de adrenalina em minhas veias, eu suava frio. Eu virava o meu rosto e olhava para ele. Ele sorria. Nicolas pegou minha mão e entrelaçou na dele, elevou ambas para perto do seu rosto - com a minha virada para ele - e a beijou delicadamente.
  Sinto meu rosto virar um tomate bem vermelho.
  Assim que ele percebe o meu estado, ele diz:
  - Descupe - e sorri.
  E foi então que eu percebi que seu rosto também estava mais rosado do que eu estava acostumada.
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Meras palavras sobre o amor.



  O amor é abstrato, incondicional, onde de repente parece que estamos em outro plano,
e tudo que você quer é que apenas uma pessoa esteja lá com você.
  De repente a sua mente fica bagunçada e nada parece fazer sentido, você encara o nada
e molda um sorriso no rosto ao ver uma rápida lembrança, talvez um pequeno detalhe que
http://ler9.files.wordpress.com/2009/03/desenho-de-casal-de-gatos.jpgpassara despercebido.
  As borboletas tomam conta do seu estômago a cada momento que você chega perto de certo alguém, e seus olhos fixam-se nesse alguém querendo congelar ali.
  E o tempo, quando está com essa pessoa, nunca parece ser o suficiente para sufocar a saudade que aparece assim que ela não está mais ao seu lado.


  O amor são os detalhes. Quando você não consegue suportar cada segundo do tempo, sem essa pessoa.
É uma tortura!
  É quando você expõe um sorriso naturalmente assim que a vê; quando você ouve a voz dela do nada no silêncio; quando você está ao lado dela, mas deseja tocá-la, pegar a sua mão; quando você sente um nervosismo assim que sustenta seu olhar no dela.
  Quando você sorria à toa, fica bobo demais.
  Quando ao acordar, você logo pensar em uma pessoa, e logo em seguida perceber que sonhara com ela; quando você a procura no meio da multidão e pensa consigo mesmo que trocaria todos dali só por ela.
  Quando as palavras somem assim que você fica cara a cara com ela. E quando, assim que você a vê indo embora, tem vontade de correr atrás dela para não deixá-la ir, porque o seu encanto estava fugindo de você, deixando à sua própria solidão.

  Enfim.
  Descrevi tanto, mas ainda não chegou nem perto do que o que o amor realmente é, e nem do que eu queria dizer, rs.
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Meu passado

está se transformando
em um sonho distante, de um lugar diferente
com pessoas que eu costumava conviver.

O meu futuro é desconhecido, inesperado.
O meu presente é incerto, desconcertado
que insiste buscar refúgio nos alpapáveis:
passado e futuro.
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Sem querer

aquilo estava em meus pensamentos, embora o medo de me decepcionar
com algo tão impossível, seja significativo.

Sem querer, aquilo me fez sorrir,
e pensar em coisas que há muito tempo deixei de pensar,
sem querer ele me fez pensar no amor.


Presa a um paradoxo estranho, me pergunto se não estou a enganar a mim mesma.
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É aí que a vida nos prega uma peça

  Eu pensava em apenas como ficaria, pensava que tudo seria da pior maneira possível, tudo porque não era isso o que eu queria.

  Estamos cercados de oportunidades e decisões súbitas que por muitas vezes temos medo de errar, a consequência futura dos nossos atos é tremendamente imprevisível. Mesmo que planejemos em nossa mente como ficará, aquilo com certeza nunca sai como se imagina, você não pode modificar a realidade com a sua subjetividade.
  Existe um paradoxo profundo na vida de cada um, aquele mero desejo de que tudo mude, que as coisas saiam do jeitinho que você quer, que de uma hora para outra, por exemplo, chegue aquela pessoa especial e mude a sua vida inexplicavelmente ou quem sabe chegue aquela oportunidade que você esperava a anos. Por outro lado, muitos sentem pavor das mudanças, querem ao máximo deixar a sua rotina monótona seguir em frente, sem surpresas que possam abalar depois, sem o aparecimento do alimento para falsas esperanças.
  
  E aí surge uma dúvida. Onde há esperanças há decepção? E onde há decepção, há esperanças?
 É claro que sim. Você nunca deve esperar apenas o melhor, senão, você é apenas mais um ser que vive afundado nas ilusões. Pense em tudo como pequenos altos e baixos.
O que seria do doce, sem antes soubermos o que é azedo? E o que seria dos bons momentos, se não experimentarmos antes as coisas tristes? Ele perderia o encanto, e nós não seríamos fortes para que na hora que ele acabasse, podermos imperdir um sofrimento mais profundo.

  Agora estou em altos e baixos, minha mente está bagunçada, minha vida com inúmeras surpresas. Não foi tudo como imaginei, talvez melhor, não sei. Tudo que acontece conosco não é por mero acaso, sempre existe alguma explicação para que aquilo ocorra, você não perde se depois não ganhar.
  Por isso, não perca a fé, ainda há alguma coisa reservada para você, apenas procure como um girassol em busca do sol, em busca da luz.
  Nós fomos criados para a felicidade, acredite nisso, acredite em você.